Ainda hoje as mulheres continuam quebrando paradigmas e disputando lado a lado as posições no mercado profissional com os homens. Conheça Ângela e Bruna, pilotos de teste da Ford em Tatuí 
 
O destaque de mulheres em esportes ou profissões historicamente “masculinas” já é uma situação recorrente. Ângela Cândido da Silva, piloto de testes no Campo de Provas da Ford, é exemplo de quem surpreendeu a família e amigos com a paixão por carros e a vontade de ser uma motorista profissional de caminhões e carretas.
O amor de Ângela pelos carros veio de berço. Seu pai era motorista de caminhão e, aos 15 anos, ela já arriscava suas primeiras manobras. Um pouco mais tarde, conheceu Claudio Messias da Silva, também caminhoneiro. Por volta dos anos 80, o casal começou a trabalhar no setor, pois adquiriu um depósito de areia.
A possibilidade de transformar um hobby em profissão estimulou Ângela a trabalhar com o parceiro e oficializar sua condição. Para isso, habilitou-se como motorista profissional de caminhões e carretas, já grávida de sua primeira filha, Bruna.
Após incentivos da família, Ângela trocou o trânsito das ruas e encarou novos obstáculos. Hoje, trabalha como piloto de testes no Campo de Provas da Ford. “No início, eu não acreditava que eles dariam um cargo como esse para uma mulher. Fiz todos os testes como os demais candidatos. E, para minha surpresa, fui contratada”, afirma.

A piloto explica que não existe rotina dentro do TPG(Tatuí Proving Ground – Campo de Provas de Tatuí) e que cada dia é uma experiência nova. Há alguns meses, ela se tornou a primeira mulher a fazer os testes com carretas no TPG. “Estou apaixonada por esse novo momento! Adoro a adrenalina dentro da cabine”. Em seis anos, Ângela fez vários cursos de especialização: motora, eletroeletrônica, automotiva básica, entre outros.
Ela não esconde que sofreu preconceito e resistência por parte dos colegas de trabalho que, no início, a deixavam de “escanteio”, delegando testes apenas em carros menores. Por isso, passar a fazer testes de caminhões foi uma grande evolução. Ângela garante que, atualmente, as coisas estão totalmente diferentes e que tanto os homens quanto as mulheres têm a mesma credibilidade e desafios.
A paixão e a força que a piloto teve para encarar os obstáculos serviu de exemplo para a filha que, com 23 anos, já segue o mesmo caminho e também faz parte dos testes do TPG há um ano e meio. Bruna trabalha com carros, mas confessa que também prefere os caminhões! “Tem muito mais adrenalina”, explica.

“Eles não querem acreditar, não só porque sou mulher, mas também porque sou muito nova. Mas quando me veem dirigindo uma carreta, não tem saída e até curtem.” - Bruna Silva, piloto de testes da Ford.

A jovem se diverte com a surpresa causada nas pessoas quando revela sua profissão, especialmente nos amigos do namorado! “Eles não querem acreditar, não só porque sou mulher, mas também porque sou muito nova. Mas quando me veem dirigindo uma carreta, não tem saída e até curtem”, afirma. Para Bruna, o futuro está no setor automotivo e objetivo é fazer faculdade de engenharia mecânica para se especializar em caminhões.
Fernanda, de 21 anos, é a filha mais nova de Ângela e já demonstrou interesse em entrar para a profissão que é a cara da família, mas a mãe protetora pondera:cada um tem a sua hora. Quando tiver a ideia mais amadurecida, vou apoiá-la, claro”, conclui.
Sobre o Campo de Provas
Inaugurado em 1978, o Campo de Provas da Ford, em Tatuí, no interior paulista, é único na América do Sul e também da indústria na região com estrutura para o desenvolvimento de caminhões, além de ser um dos pioneiros e mais modernos da indústria automobilística brasileira.
A unidade apoia as diversas etapas de aperfeiçoamento e homologação dos veículos da montadora, com recursos tecnológicos de ponta. Conta com cerca de 900 colaboradores que realizam mais de 10 milhões de quilômetros de testes por ano para garantir segurança, desempenho, conforto e qualidade dos veículos Ford.

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